Ao PS não basta um Presidente imparcial e constitucionalmente rigoroso. Necessita de um amigo em Belém.
A candidatura presidencial do dr. Soares explica-se com uma palavra: medo. Foi por medo que o PS optou pelo dr. Soares. O Governo do PS não está em condições de tolerar um Presidente da República de fora da família. Com o agravamento do IVA, traíu os seus eleitores; com o despedimento de Campos e Cunha, comprometeu-se aos olhos de quem gosta de ler as páginas de economia dos jornais; com a esfomeada invasão da CGD, renunciou a qualquer superioridade moral; e, finalmente, ao saltar para o abismo da Ota, revelou que já não tem mais ideias. Neste contexto, se o novo Presidente se lembrar de atropelar a maioria parlamentar, os líderes do PS sabem que, fora da administração da CGD, ninguém chorará por eles. Ao PS não basta um Presidente imparcial e constitucionalmente rigoroso. Necessita de um amigo, de um camarada em Belém. Por isso, não pôde arriscar-se a deixar correr um simples emblema do partido, fosse em versão lírica (Manuel Alegre), ou em versão burocrática (dr. Vitorino). Precisava de um candidato ganhador. Correu assim para o dr. Soares como quem se refugia num bunker.
Vi isto primeiro no "O Acidental".
31 agosto 2005
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