07 março 2008

A revolta de Ninguém

Nada corre bem, resmunguei, disse que não, que não queria, não me ouviram, assim foi o dia, que passou a correr, a correr mal, ouvi dizer que era Sexta-Feira e que tudo devia correr bem, não correu.

De volta, apanhei o transporte habitual, vinha vazio, vem sempre vazio, mas ali enche, enche até não caber ninguém, hoje foi assim, fiquei em pé. Não dormi, tinha vontade, mas não se dorme em pé, já dormi, mas tentei não dormir, podia cair, por isso aguentei, com os olhos abertos, a ver as pessoas sentadas.

Finalmente um lugar vazio, estava quase no fim da viagem, pensei que não valia a pena o esforço, acho que todos pensaram assim, e o lugar lá ficou vazio, então decidi sentar-me.

Avancei, duas senhoras sentadas impediam-me de alcançar o lugar, parei, olhei, pensei que tivessem pena do meu olhar de sono e desviassem as pernas e os sacos, não aconteceu assim, já não havia retorno, tinha avançado para o lugar, tinha que me sentar, mas os dois obstáculos não se moviam.

Avancei mesmo assim, pisei, empurrei, tropecei, elas não se moveram, mas lá me consegui sentar, fiquei cansado, não adormeci, mal me sentei, tive que me levantar, tinha que sair, a estação final tinha chegado.

Nada corre bem, a elas também não correu, tinha eu que as incomodar, logo hoje, numa Sexta-Feira em que tudo corre bem, mas correu mal.

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu